O número de microempreendedores individuais (MEIs) cresceu 27,8%, em um ano na região, conforme aponta pesquisa divulgada no Portal do Empreendedor. Segundo o recorte, a quantidade de empresas optantes pelo sistema SIMEI (Simples Nacional) passou de 105,8 mil em outubro de 2018 para 135,2 mil este ano. Entre as motivações está a criação de plataformas de serviço, a exemplo de aplicativos de transporte e o desemprego.
No cenário regional quem encabeça o quadro é São Bernardo e Santo André, ambas com variação de 28% no número de MEIs. O primeiro município acrescentou 9,1 mil novos negócios (de 29,6 mil para 37,9 mil empresas), enquanto Santo André somou 8.318 microempresas e chegou a 37,9 mil MEIs no período.
Diadema teve 4,4 mil novos empreendedores este ano, subiu de 15,4 mil MEIs em 2018 para 19,8 mil este ano, variação de 28,6%. Mauá cresceu com 3,9 novas empresas e chegou a 17,4 mil. Ainda na linha de crescimento está São Caetano (26%), com geração de 2,1 mil negócios, o que totalizou 9,9 mil microempresas; Ribeirão Pires (24,8%) gerou 1.137 e Rio Grande da Serra (25%) somou 376 novas MEIs.
Um dos optantes pela regularização foi o desenvolvedor Marcos Abreu Silva, de Santo André. Desde que integrou a equipe da startup de instalação de relógio de ponto, Apponte.me, Silva regularizou a situação com a criação de MEI. “Trabalhava como autônomo, mas quando fui chamado para fazer parte da equipe, precisei abrir uma MEI para gerar notas”, explica.
Desde a abertura da microempresa, em 2015, Silva admite não ter utilizado todas as facilidades que a MEI oferece ao trabalhador. “Usei somente alguns recursos, mas tenho certeza que tem muito mais benefícios que podemos utilizar e aproveitar”, completa.
Raffael Carvalius também é formalizado desde 2015 com empresa de marketing digital, em Rio Grande da Serra. “Foi um processo bem simples, abri a MEI no mesmo dia”, conta. “Um contrato CLT tem muito mais custos que a MEI. Além disso, há empresas especializadas que podem ajudar no trâmite, exemplo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)”, completa.
Alem da microempresa de Carvalius, outras 113,7 mil estão formalizadas (ativas), na região, taxa 27,9% maior do que o ano passado, quando eram 104,5 mil. O acréscimo na procura pela formalização, na visão da economista e pesquisadora do Conjuscs (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da USCS), Gisele Yamauchi, se dá principalmente pelo desemprego, que está em torno de 12% e atinge 12,5 milhões de brasileiros. “O que mais temos no País é o empreendedorismo por necessidade, saída para quem busca sustento em serviços especializados, artesanatos e outros serviços”, explica.
Ainda na visão da especialista, o tempo de vida das empresas pode variar, mas para boa parcela é curto, principalmente quando se tratam de serviços temporários. “O negócio só é levado adiante até que este trabalhador consiga uma vaga de trabalho em uma empresa”, afirma. Dentro do cenário, Gisele orienta ainda seguir orientações para afastar dívidas e prejuízos. “Quando o empreendedor consegue se recolocar no mercado, ele não regulariza a MEI, , não formaliza o fechamento e deixa uma série de problemas formais para o futuro”, acrescenta. Na estimativa da economista, aproximadamente 20% destas empresas encontram-se nessa situação.
Aos que se animam para ter microempresa própria, a professora alerta que é preciso ter disciplina e não misturar finanças pessoais. “Aos que se preocupam ainda com o 13º salário, o trabalhador pode ter diminuição nas férias e maior jornada de trabalho”, completa. Questionamentos e registro de novas MEIs podem ser feitos via Portal do Empreendedor: https://portaldomeiempreendedor.com/
Fonte: Portal jornal Repórter Diário