O setor produtivo tem buscado alternativas para superar a crise causada pelo coronavírus. Muitos empreendedores, especialmente os proprietários das pequenas e microempresas, estão recorrendo aos bancos para obter uma linha de crédito que ajude a enfrentar as dificuldades do momento atual.
Para Carlos Melles, diretor presidente do Sebrae, o crédito é o oxigênio necessário para manter as pequenas e microempresas do país operando durante a crise. Melles destaca que padarias, quitandas, lanchonetes, entre outros pequenos negócios de bairro, vivenciaram um colapso desde o início da pandemia. O representante da instituição lembra que cerca de 87% desses negócios ficaram sem receita desde abril.
A retomada da economia acontece de forma gradual e é importante dar fôlego aos pequenos empreendimentos que representam 99% dos negócios do Brasil, é responsável por mais de 50% dos empregos de carteira assinada no país e representa 27% do PIB brasileiro.
As medidas adotadas pelo governo federal para liberação de crédito não têm chegado na ponta do setor produtivo. Pesquisas realizadas pelo Sebrae no início da pandemia mostraram que apenas 8% dos empreendedores conseguiram financiamento. Meses depois, um segundo levantamento apontou um índice de 12% entre os que efetivaram o crédito. Na mais recente amostragem, somente 18% tiveram acesso a um empréstimo.
Para dar suporte ao segmento dos pequenos negócios, o Sebrae promove ações de crédito orientado. Para o empreendedor que já possui uma dívida, a orientação é renegociar. Para lidar com o credor, é importante ter um plano de pagamento. E o primeiro passo é fazer a projeção do fluxo de caixa.
O Sebrae orienta a colocar no papel todos os valores de gastos do empreendimento com justificativa para cada um. Depois, a dica é avaliar se existem outros recursos que podem pagar parte da dívida: vender um veículo, queimar estoque ou se desfazer de máquinas.
Com a possibilidade de uma nova linha de crédito, recalcule as parcelas, alterando prazos, taxas de juros e valores de multas. O valor total tem que caber no orçamento. Se o empreendedor tiver mais de uma dívida, o ideal é organizar por ordem de prioridade, tendo como base a situação geral da empresa.
É importante saber exatamente quais dívidas o financiamento pagaria. Vale destacar duas perguntas: o valor total das parcelas será menor do que a dívida atual? O prazo é maior, dando a possibilidade de refazer o caixa depois da crise?
O passo seguinte é pesquisar quais são as linhas de créditos que melhor atendem a sua necessidade. As condições variam de banco pra banco e muitos deles estão com taxas diferenciadas. Dependendo da finalidade do empréstimo, o banco pode pedir um plano de negócios. O empreendedor vai precisar dele para mostrar que o projeto é financeiramente viável.
Vale a pena mapear quais garantias (veículos, imóveis, avalista, investimentos, entre outros) você pode apresentar caso seu empréstimo seja aprovado. Para dar apoio ao pequeno empresário, o Sebrae disponibiliza o Fampe (Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas). O fundo de aval pode cobrir até 80% das garantias de seu empréstimo em algumas instituições financeiras credenciadas. Clique aqui e saiba mais.
Jozeli Firmiano da Silva, administrador de empresas e sócio-fundador da Probo Contabilidade
A Probo Contabilidade é um escritório especializado nas áreas contábil, tributária, trabalhista e de legalização. Tem sua trajetória de mais de trinta anos de atuação construída por meio de um trabalho focado na excelência dos serviços prestados a seus clientes.