Conheça as oportunidades e os desafios do empreendedorismo na maturidade e entenda como a experiência profissional explica a taxa de sobrevivência bem maior dessas empresas
Quando se pensa em uma pessoa que está montando o seu primeiro negócio, a imagem que vem à cabeça costuma ser a de um jovem na faixa dos 20 ou 30 anos de idade. Mas essa figura está mudando. Com o envelhecimento da população, histórias de novos empreendedores acima dos 50 ou 60 anos de idade têm se tornado cada vez mais comuns no País.
Entre 2012 e 2021, segundo o IBGE, a faixa de 20 a 39 anos caiu de 33,3% para 31,9% da população. No mesmo período, a participação dos brasileiros de 50 a 59 anos subiu de 16,3% para 19,4%, em um movimento que deve crescer muito mais nos próximos anos.
A diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade do Itaú Unibanco, Luciana Nicola, vem acompanhando de perto essa tendência. Segundo ela, o envelhecimento da população deve ampliar a importância das pessoas acima dos 50 anos tanto no empreendedorismo quanto no mercado de trabalho, além da sua participação no consumo. “Essa fatia da população já é responsável por 23% do consumo de bens e serviços”, diz Luciana. “Isso equivale a R$ 940 bilhões.”
Quem monta um negócio nessa fase da vida, diz a diretora do Itaú, costuma reunir alguns atributos favoráveis ao sucesso do negócio. “Em geral, são pessoas com bom controle de finanças, acumularam experiência profissional, têm boas noções de gestão e tomam decisões de forma mais consciente”, exemplifica Luciana. “Muitas também conseguiram acumular patrimônio ao longo da vida e têm capital para investir no próprio negócio.”
Essas características, diz Luciana, ajudam a explicar por que os negócios montados por empreendedores mais velhos apresentam maior taxa de sobrevivência. De acordo com a edição mais recente do estudo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que acompanha o empreendedorismo no mundo desde 1999, apenas 6,7% das empresas criadas por jovens entre 25 e 34 anos duram mais de três anos e meio. Na faixa de 55 a 64 anos, esse índice é mais que o dobro: 13,9%.
Fonte: Portal Pequenas Empresas & Grandes Negócios