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Burnout: síndrome é classificada como doença ocupacional

A Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a síndrome de burnout na Classificação Internacional de Doenças (CID). Com isso, a síndrome que também é conhecida como esgotamento profissional, passou a ser considerada doença ocupacional em 1º de janeiro deste ano.

Com a nova medida, o trabalhador com burnout terá os mesmos direitos trabalhistas e previdenciários assegurados no caso das demais doenças relacionadas ao emprego. Entre eles, o afastamento por licença médica, estabilidade e, em casos mais graves, à aposentadoria por invalidez.

Estresse crônico no trabalho

O termo em inglês “burnout” pode ser traduzido como “pegar fogo”. No contexto da síndrome, a palavra simboliza a “queima” da energia vital das pessoas afetadas. A doença é desencadeada pelo estresse crônico no trabalho.

Segundo o médico Drauzio Varella, a síndrome de burnout é um distúrbio psíquico, caracterizado por estados de tensão emocional e estresse que são provocados por condições de trabalho desgastante.

Os sintomas mais frequentes, de acordo com o médico, são pensamentos negativos, dor de cabeça, insônia, dificuldade pra se concentrar em qualquer atividade, lapso de memória, ansiedade, depressão, um pessimismo generalizado e uma sensação de fracasso e de desesperança.

Mudanças para empregado e empregador

A classificação da síndrome de burnout como doença ocupacional pode gerar responsabilização para o empregador. Se isso ocorrer, o trabalhador terá que provar a relação entre o trabalho e a doença.

Para ter direito aos afastamentos, o empregado terá que apresentar atestados e laudos médicos e passar por perícia médica. A partir do diagnóstico de doença relacionada ao trabalho, a empresa deverá emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho, comunicando o INSS.

O Ministério do Trabalho e Previdência informou que para efeito de registro dos benefícios por incapacidade junto à Previdência será necessário atualizar normativos internos e sistemas para fazer as atualizações da CID. O órgão destacou que essa mudança deverá ocorrer aos poucos.

Ambiente do trabalho

Especialistas ressaltam a diferença entre burnout e outros sintomas relacionados a transtornos da saúde mental. Diferente do que acontece com a depressão e a ansiedade, esta síndrome está diretamente ligada à atividade laboral.

No ambiente de trabalho, o colaborador pode se sentir pressionado com o acúmulo de tarefas, um excesso de responsabilidades e um nível de exigência e pressão exagerado. Esse cenário tende a favorecer a sensação de impotência e a falta de perspectiva, que junto com a sobrecarga de trabalho permitem o quadro.

Prevenção

Para especialistas, a empatia é a palavra-chave para garantir um ambiente de trabalho saudável e, desta forma, evitar o burnout. O exercício da empatia é uma forma muito eficiente de lidar com a equipe pois permite uma maior sensibilidade na hora de direcionar as atividades e também no momento de obter um retorno sobre o desempenho e as demandas de cada trabalhador.

Dar atenção às pessoas ou, como dizem os especialistas, promover a “escuta ativa” da equipe elimina a criação de um ambiente hostil e inibe julgamentos e pensamentos negativos por parte de gestores e de colaboradores. O diálogo pode ser a ponte para gerar vínculos saudáveis entre os profissionais e promover o engajamento de toda a equipe.

Helio Pedro da Silva, economista e sócio-fundador da Probo Cotabilidade

A Probo Contabilidade é um escritório especializado nas áreas contábil, tributária, trabalhista e de legalização. Tem sua trajetória de mais de trinta anos de atuação construída por meio de um trabalho focado na excelência dos serviços prestados a seus clientes.