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Empresa familiar: saiba o que levar em conta para fazer uma sucessão tranquila

Momento exige planejamento para que a troca de comando não desestabilize a empresa e as relações, o que pode comprometer o futuro do negócio.

Família, família, negócios à parte. Você já ouviu essa frase? Não à toa, a afirmação virou título de livro sobre empresas familiares e sua dinâmica organizacional. O modelo tem suas particularidades e um momento crucial (e nem sempre fácil): a sucessão. Como fazer? O que considerar? Como passar por isso sem conflitos?

A maneira de conduzir o processo é determinante para torná-lo mais tranquilo. O primeiro ponto é entender que não se trata de uma escolha pessoal: o sucessor deve ser escolhido pela capacidade, não por ser o preferido ou o mais querido no ambiente familiar.

“Não pode colocar o herdeiro simplesmente porque é o herdeiro. Ele (sucessor) tem que reunir qualidades e qualificações que permitam conduzir o negócio”, explica o professor Ricardo Teixeira, coordenador do curso de Gestão Financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A complexidade também vai depender do porte da empresa e da quantidade de sócios. Em qualquer situação, no entanto, é fundamental que a pessoa tenha talento, competência e habilidade para operar o negócio. Escolher sem considerar esses fatores é colocar a continuidade em risco. Fica ainda mais complicado se o processo ocorrer repentinamente, sem preparo, algo comum em caso de doença ou morte.

“A escolha deve recair sobre o membro da família que tenha visão empreendedora e condições de promover o crescimento da empresa e mantê-la em segurança”, completa o especialista, lembrando que o negócio é o grande interesse de todos.

Planejamento é fundamental

Por diferentes razões, recomenda-se fixar uma data ou idade para fazer a troca. Com a previsão no calendário, fica mais fácil programar a transição, processo que deve durar pelo menos um ano, segundo Ricardo Teixeira.

No ciclo, preparação e diálogo: quem estiver cotado precisa “colar” em quem ainda ocupa o cargo principal para se inteirar de tudo.

Por mais que a pessoa já tenha vivência na empresa, o que acontece em muitos casos, a aptidão em um setor não significa estar pronto para assumir a liderança. Contratar uma consultoria é uma alternativa, pois ajuda na escolha e colabora para a isenção.

“Possibilita que os possíveis sucessores tenham, a princípio, igualdade de condições de mostrar capacidade e vontade de liderar a empresa”, explica o professor da FGV.

Informe-se, pesquise e encontre o melhor caminho para tornar esse momento mais tranquilo. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) também disponibiliza uma série de conteúdos, inclusive cursos online gratuitos, que podem ajudá-lo para quando chegar a hora de fazer a sucessão na sua empresa.

Veja mais dicas para uma sucessão tranquila

1) Pense em diferentes funções

Não é porque o negócio é familiar que todos os membros da família precisam trabalhar como funcionários. Eles podem ser administradores, integrantes da diretoria ou acionistas

2) Cuidado com os favorecimentos

Laços afetivos não justificam favorecimentos. Não é porque você fundou uma empresa de sucesso que automaticamente seu filho ou filha é o substituto ideal. A análise precisa ser criteriosa ou sua empresa pode não passar da segunda geração

3) Tenha um planejamento

Planejar a sucessão, estabelecer regras e preparar o possível substituto faz toda diferença: confiança para quem entra, tranquilidade para quem sai e menor impacto para a empresa

4) Seja transparente

Transparência é fundamental. Esclareça possíveis dúvidas de todos os envolvidos, como as questões abaixo sugeridas pelo Sebrae para conferir clareza ao processo de transição:

  • Quem será o novo responsável pelo comando da empresa?
  • Quando acontecerá a transição?
  • Como será o processo de sucessão?
  • Quem pode e quem não pode fazer parte da empresa?
  • Qual é o limite para a admissão de membros da família na empresa?
  • Como será exercida a autoridade?
  • Que preparação será necessária para o processo de transição?
  • O que será feito se o processo sucessório não for bem sucedido?
  • Quem pode ter cotas da empresa?
  • Como serão avaliados e pagos os membros da família?
  • O que acontecerá em caso de divórcio ou falecimento?
  • Que responsabilidades há em relação à comunidade?
  • Que responsabilidades há em relação aos funcionários mais antigos?
  • Que responsabilidades há em relação a outros membros da família?

Fonte: Portal VAE do G1