Pesquisa encomendada pela Microsoft analisou adesão, investimentos e desafios de pequenos negócios em relação à tecnologia
Sete em cada dez empresas de micro, pequeno e médio porte (74%) usam inteligência artificial com frequência no dia a dia. É o que mostra uma pesquisa encomendada pela Microsoft e adiantada com exclusividade a PEGN. Entre as companhias nativas digitais, a adesão chega a 84%.
O levantamento foi realizado pela Edelman Comunicação em dezembro de 2023. Foram entrevistados 300 fundadores e líderes de negócios de diferentes setores e estados brasileiros. A maioria são mulheres (53%) e integram a faixa etária de 25 a 44 anos (59%).
Os usos de IA mais comuns entre as empresas consultadas foram assistentes virtuais para atendimento ao cliente (69%), softwares para agilizar o trabalho (64%) e geração de imagens e conteúdo (43%). Em geral, as empresas nativas digitais lideram na adesão. A exceção é o uso para pesquisa de informações na internet, predominante entre as não nativas (45%, contra 25%).
Além da aquisição e adoção de tecnologias disponíveis no mercado, considerada uma prioridade por 47% dos líderes, o uso de IA para o desenvolvimento de soluções próprias também se evidencia, citado por 40%. Uma parcela de 16% diz já aplicar IA em todos os departamentos da empresa. Apenas 4% não usam e não têm a intenção de usar a tecnologia.
Entre as empresas que já usam IA, os principais benefícios citados são ganho de eficiência e produtividade (72%), melhoria no atendimento ao cliente (58%) e redução de custos 46%. Em geral, 89% das empresas consultadas se dizem otimistas quanto ao impacto da tecnologia nos seus negócios.
Na avaliação de Andrea Cerqueira, vice-presidente de Vendas Corporativas para Clientes e Startups na Microsoft Brasil, o principal trunfo da IA nos negócios tem sido, de fato, o ganho de produtividade. Além das soluções de inteligência artificial generativa, que têm se popularizado nos últimos anos, ela cita como exemplo o uso da tecnologia na análise de dados e na integração com dispositivos. “O que mais me impressiona é a velocidade de adoção. [Há uma percepção de que] se a gente não usar [IA], podemos perder vantagem competitiva.”
Investimentos em IA
A pesquisa, que está em sua quarta edição, evidencia o crescimento no interesse de empresas por essa área. A proporção de negócios que investiu em IA em 2023 foi de 47%, contra 27% em 2022. Em comparação a outras tecnologias, a IA só fica atrás das ferramentas de armazenamento em nuvem, citadas por 56% dos entrevistados.
Os resultados também mostram que a proporção de empresas que investem e se sentem preparadas para adotar IA aumenta conforme o porte. Nas microempresas, 48% a tem como prioridade, contra uma média de 75% entre pequenas e médias. Quando se trata da disponibilidade de infraestrutura, a parcela varia de 50% e 83% entre os três portes.
As companhias que investem ou pretendem investir em IA destinam em média 29% do orçamento de tecnologia a essa finalidade. De modo geral, a maioria financia os investimentos com crédito bancário (47%), recursos próprios (28%) ou com o apoio de um parceiro de tecnologia (27%). Quase metade (46%) relata dificuldades relacionadas ao custo e acesso à tecnologia.
IA na prática
Além do aspecto financeiro, outros desafios mencionados pelos líderes têm relação com a contratação de talentos com habilidades em IA (36%), capacitação de talentos atuais (36%), privacidade de dados (34%) e segurança cibernética (23%).
Oito em cada dez (84%) dizem estimular os funcionários a utilizar inteligência artificial. Questionadas sobre a presença de diretrizes de uso, a maioria (45%) diz confiar nos critérios das equipes. Outras 40% dizem ter alguma política, enquanto 10% não têm nenhum tipo de orientação e 5% proíbem o uso.
Na avaliação de Cerqueira, um fator que tende a favorecer a adoção de IA em empresas maiores é a disponibilidade e frequência de treinamentos. “A grande diferença que eu vejo em grandes empresas é a intencionalidade, o treinamento frequente. Na pequena empresa ele é mais pontual”, diz. Concentrar esforços nesse tipo de iniciativa é a principal recomendação que ela dá aos empreendedores interessados na área – além de, claro, buscar entender as suas possíveis aplicações no negócio. “É uma estratégia que precisa ser parte do DNA da empresa.”
Fonte: Portal Pequenas Empresas & Grandes Negócios