Segundo a pesquisa Causa Mortis – O sucesso e o fracasso das empresas nos primeiros 5 anos de vida, elaborada pelo Sebrae, dentre os principais motivos que levam empresas ao fracasso estão:
– Não definir o valor do lucro pretendido
– Não calcular o nível de vendas para cobrir custos e gerar o lucro pretendido
Existem quatro indicadores fundamentais que todo empreendedor precisa calcular para conhecer qual a margem de lucro ideal para o negócio: receita, lucro, custos e despesas. A partir desses cálculos, é possível definir os preços adequados para os produtos ou serviços e fazer uma gestão eficiente.
Você sabe calcular o preço correto para vender os seus produtos e serviços ou acaba definindo valores a partir do que a concorrência cobra ou do lucro geral da empresa? Você conhece os indicadores financeiros e sabe utilizar os valores para analisar as finanças do seu negócio com segurança?
Se você ainda tem alguma dúvida em relação aos indicadores financeiros, e se quiser entender melhor sobre margem de lucro para deixar sua empresa bem longe do fracasso, continue a leitura desse post.
Qual a diferença entre despesas e custos?
Quando nós ouvimos falar em custos e despesas, logo pensamos que são a mesma coisa, não é mesmo? E é aí que está o grande problema.
Ao administrar uma empresa, é necessário analisar cada indicador para ter uma noção real de todos os valores que movimentam o fluxo de caixa, definir o preço ideal do produto ou serviço e saber a margem de lucro do negócio.
Para deixar esse assunto mais simples, vamos detalhar cada termo.
Despesas
As despesas são os valores de todos os custos administrativos do seu negócio, mas que não estão relacionados ao produto ou serviço. Fazem parte das despesas os valores gastos com aluguel, contas básicas como água, luz e telefone, material de escritório, entre outros. Para empresas maiores, que contam com mais departamentos, fazem parte das despesas os gastos com marketing, contabilidade, comercial etc.
Custos
Já os custos são todos os gastos relacionados à produção ou prestação de serviços, como matéria-prima, embalagens, transporte e logística, mão de obra e todos os processos que, se não forem seguidos, impactam no produto final.
Agora que a definição dos termos já ficou mais clara, vamos falar de uma segunda classificação: custos e despesas fixas ou variáveis. Chamamos de fixos aqueles valores que, mesmo que a produção ou prestação de serviços tenha sido muito baixa no mês, vão fazer parte do fluxo de caixa de qualquer forma.
Como exemplo de um custo fixo, podemos citar a mão de obra. Se você vendeu 50 ou 5 mil itens, ou seu salão atendeu 10 ou centenas de clientes no mês, independentemente disso, os salários dos funcionários precisam ser pagos. Já as despesas fixas são aquelas que são parte do fluxo de caixa mensal, como água e luz.
Quando citamos custos e despesas variáveis, estamos falando daqueles valores que mudam conforme a época do ano, no caso de produtos ou serviços sazonais, ou que são pontuais, como um presente de Natal para funcionários, por exemplo.
Além disso, os custos e despesas variáveis também mudam conforme o volume de produção ou prestação de serviços. Vamos imaginar um salão que atendeu muito mais clientes do que o costume. Neste mês, a demanda por produtos de cabelo será muito maior do que o habitual.
Já uma indústria de brinquedos que teve sua produção paralisada durante alguns dias precisará de menos matéria-prima e embalagem do que quando está em pleno funcionamento.
Qual a diferença entre a receita e o lucro?
Outros dois termos que causam uma enorme confusão, porém são muito diferentes e fundamentais na gestão financeira e análise da lucratividade do negócio, são receita e lucro.
Entenda a diferença entre eles:
Receita
Chamamos de receita todos aqueles valores que são originados a partir dos produtos ou prestação de serviços do seu negócio. Se você tem uma pequena oficina mecânica ou trabalha como jardineiro, todo dinheiro que você recebe por meio do seu trabalho é chamado de receita.
Além disso, a receita é dividida entre bruta e líquida. A receita bruta é o valor total do faturamento do negócio e a receita líquida é o valor que você tem após pagar os tributos e impostos.
Vamos pensar no microempreendedor individual que trabalha como jardineiro. Nesse mês, ele recebeu R$ 1.500,00 de receita bruta e pagou o valor do DAS MEI, Documento de Arrecadação do Simples Nacional do Microempreendedor Individual, de R$ 60,00. Nesse caso, sua receita líquida foi de R$ 1.440,00.
Para saber mais sobre MEI, o artigo Tudo o que você precisa saber sobre o MEI é bem completo e pode ajudar.
Lucro
O lucro é todo aquele dinheiro que sobra após descontar os custos envolvidos na produção ou prestação de serviços. Assim como acontece no cálculo da receita, também é importante entender as diferenças entre o lucro líquido e o bruto.
Lucro bruto é o valor obtido após descontar da receita os custos variáveis de produção ou prestação de serviços. Já o lucro líquido, é o valor total da receita descontado de impostos e tributos menos todas as despesas e custos.
Parece complicado, mas é bem simples quando fazemos o seguinte cálculo:
lucro líquido = (receitas – descontos) – despesas e custos
Bom, até aqui você já conseguiu compreender melhor cada um dos indicadores financeiros. Agora, vamos ensinar você a usar esses valores para descobrir a margem de lucro do seu negócio.
O que é margem de lucro e como calcular?
Margem de lucro é o percentual obtido a partir da relação entre lucro bruto e a receita total da sua produção ou prestação de serviços. Para conhecer esse valor, é necessário fazer o seguinte cálculo:
lucro bruto / receitas totais = margem de lucro
A margem de lucro é o valor ideal que você precisa cobrar por cada produto ou serviço para não ter prejuízos no final do mês. Esse valor pode ser usado também para identificar se determinado item realmente está dando lucro para a sua empresa ou se não vale a pena mantê-lo no seu portfólio.
Como ficou claro durante esse post, saber calcular e usar os indicadores financeiros é muito importante para saber se o negócio está realmente sendo lucrativo ou se os gastos são excessivos em comparação ao lucro obtido no final do mês.
Afinal, como vimos na introdução, gastar mais do que recebe e não saber definir a margem de lucro são duas das principais causas de falência das empresas.
Fonte: Portal Sebrae