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Sonhar ‘quase ridiculamente grande’ faz parte da receita do sucesso, diz cofundador do unicórnio chileno Betterfly

Para Cristóbal della Maggiora, ambição está no centro da jornada da insurtech

Em três anos, a plataforma de seguros e benefícios Betterfly chegou a 1 milhão de usuários nos oito países em que atua. Qual era a meta até 2023? Impactar 300 milhões de pessoas. Parece um objetivo ambicioso — e é mesmo —, mas faz parte da receita do sucesso da empresa, segundo Cristóbal della Maggiora, cofundador do unicórnio chileno. Para ele, “sonhar grande, quase ridiculamente grande” movimenta as coisas.

“Netflix e Spotify levaram o mesmo tempo para chegar a um milhão de usuários e agora têm bilhões. Podemos chegar a mais [de 300 milhões], se fizermos as coisas direito”, falou, em entrevista exclusiva a PEGN, durante o Web Summit Rio 2024, que aconteceu até esta quinta-feira (18/4), no Riocentro.

Cristóbal criou a Betterfly ao lado do irmão, Eduardo, depois de sofrer com uma questão pessoal. Após a morte do pai e de enfrentar problemas financeiros, a mãe dos empreendedores resolveu fazer uma série de seguros e proteções. A ideia se provou certa, já que ela precisou usar as apólices, mas, mais do que isso, acendeu a luz da oportunidade nos irmãos. A Betterfly se posiciona como uma startup de promoção de hábitos saudáveis que oferece planos de benefícios, com seguros de vida e pets, por exemplo, e tem uma plataforma gamificada, em que pontos são revertidos em créditos na apólice ou doações a causas sociais.

Ao todo, a insurtech levantou US$ 200 milhões, sendo a última rodada em 2022, antes do chamado “inverno das startups”. Depois disso, fez duas rodadas de cortes na equipe. Para agora, Cristóbal diz que a Betterfly tem dinheiro em caixa suficiente para alguns anos antes de precisar se capitalizar novamente e que o breakeven não é um objetivo.

“Se eu não quisesse crescer mais, se já estivesse confortável comigo mesmo com meus oito países, eu poderia realmente chegar ao breakeven em alguns meses”, afirma. “Não temos necessidade de levantar capital, mas somos ambiciosos e aproveitamos as oportunidades. Se surgir uma oportunidade de abrir um novo mercado e o capital para isso, vamos aproveitar. Se surgir a oportunidade de fazer uma fusão, também. Não há planos, mas isso não quer dizer que não estará nos planos”, completa. Sobre a escassez de capital no ecossistema, ele é direto. “Matou muitas que tiveram que morrer e fortaleceu as mais firmes.”

Atualmente, a operação brasileira — reformulada há alguns meses — tem cerca de 10% dos 3 mil clientes mundiais da empresa, mas a expectativa é que cresça nos próximos anos, assim como a expansão internacional. Cristóbal diz que a Betterfly deve entrar nos EUA ainda em 2024 e que outros países da Europa estão na mira, como Portugal e Itália.

Apesar de dizer que é o lado analítico da dupla de fundadores — “Eduardo é o sonhador”, fala —, Cristóbal encampa bem o discurso ambicioso. “A sorte pode ou não acontecer, então na execução você tem de ser um lobo faminto. Você tem que querer conquistar o mundo, tem que ter paixão, tem que ser muito clichê”, diz sobre os resultados que já alcançou. “Fomos apaixonados. Dissemos ‘sim’ aos ‘nãos’ e seguimos em frente.”

Fonte: Portal Pequenas Empresas & Grandes Negócios